Ilha das Flores
O que faz alguns seres humanos encontrarem-se depois dos porcos em uma escala de prioridade? Assista ao curta metragem que traz esta reflexão.
Uma das consequências do consumo é o lixo, como parece óbvio. O detalhe é que o lixo não desaparece magicamente, ele sempre vai para algum lugar, de preferência para longe da maior parte das pessoas, porém inevitavelmente ele vai ficar perto da casa de alguém. Mas quem são estas pessoas?
O curta 'Ilha das Flores', de Jorge Furtado (1989), trata deste caminho que o produto faz até seu destino final como lixo, em algum lugar. Com sarcasmo e em tom de documentário o curta acompanha o ciclo de 'vida' de um tomate, desde a sua origem em uma plantação até seu inevitável fim. Ao acompanhar tal ciclo o curta revisita conceitos como a origem do dinheiro, o capital, as relações comerciais e a desigualdade.
Segundo o autor, a ideia do filme é "mostrar o absurdo desta situação: seres humanos que, numa escala de prioridade, se encontram depois dos porcos
" e vale lembrar (e reforçar) o aviso que aparece logo de início: "Este não é um filme de ficção
", infelizmente.
O curta tornou-se um clássico do audiovisual nacional e ganhou inúmeros prêmios. Jorge Furtado, após este trabalho, seguiu uma carreira promissora como cineastra com inúmeros sucessos como 'O Homem que Copiava', 'Lisbela e o Prisioneiro', 'Meu Tio Matou um Cara' e 'Saneamento Básico, o Filme'. Em 1990 passou a trabalhar como roteirista na TV Globo produzindo várias minisséries e especiais.
Ficha técnica
- Produção:
- Giba Assis Brasil
- Mônica Schmiedt
- Nôra Gulart
- Fotografia:
- Roberto Henkin
- Sérgio Amon
- Roteiro:
- Jorge Furtado
- Edição:
- Giba Assis Brasil
- Direção de Arte:
- Fiapo Barth
- Trilha original:
- Geraldo Flach
- Empresa produtora:
- Casa de Cinema de Porto Alegre
- Narração:
- Paulo José
Prêmios
- Melhor Curta no Festival de Gramado em 1989
- Melhor Edição no Festival de Gramado em 1989
- Melhor Roteiro no Festival de Gramado em 1989
- Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand em 1991
- Prêmio da Crítica no Festival de Gramado em 1989
- Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo em 1991
- Urso de Prata no Festival de Berlim em 1990