Por que é tão difícil aceitar as diferenças entre as pessoas?

Diferenças fazem parte do ser humano
Diferenças fazem parte do ser humano

Este texto se propõe a refletir sobre a origem dos atos cotidianos de discriminação e violência contra diversos grupos, bem como caminhos possíveis para a construção da tolerância e do convívio pacífico e respeitoso entre todas as pessoas.

As agressões e assassinatos contra o público LGBT nas ruas, boates e redes sociais, a violência cotidiana às populações negras, a transformação da vítima de estupro em culpada e as declarações homofóbicas, racistas e machistas de políticos são marcas da reação dos conservadores, do status quo, do fascismo emergente contra os progressos para um mundo de maior liberdade, democracia e direitos.

A pergunta que surge neste mar de intolerância e ignorância é: por que é tão difícil aceitar as diferenças?

Nós, seres humanos, somos muito diferentes uns dos outros. Vamos nos construindo intimamente a partir de nossas percepções, experiências e relações com o mundo. Desta forma, somos únicos, pois nenhuma interação pode ser idêntica entre as pessoas. A nossa subjetividade expressa-se de maneiras múltiplas. Estamos sempre em transformação, já que as experiências e relações sociais continuam ao longo de nossa vida. O que para alguns pode ser fonte de reflexões, mudanças e amadurecimento, para outros, mais rígidos, é fonte de raiva, que se expressa de várias formas, como preconceitos e atos de intolerância e violência.

O que está por trás da intolerância

Há um insuportável e íntimo conflito sobre si mesmo por debaixo da intolerância, conflito este que a pessoa tenta reprimir e aniquilar. O desejo ou afeto entre pessoas do mesmo sexo pode se tornar uma afronta para pessoas mais rígidas que não se permitem olhar e rever o seu próprio desejo sexual, seus valores e crenças. Infelizmente a intolerância ainda é muito incentivada socialmente por grupos e instituições que disseminam preconceitos e fomentam ódio e violência. Isto ocorre em algumas religiões e na cultura do machismo, por exemplo.

Como combater a intolerância

São vários os caminhos para a construção da tolerância, que se iniciam desde a infância, na forma como o mundo vai sendo apresentado pela família para a criança; na interação com outros modelos de família; no convívio com pessoas diversas de: outras raças/etnias, identidades sexuais, orientações sexuais, religiões, condições socioeconômicas, dentre outras. Os preconceitos são combatidos com a convivência e a integração entre as pessoas. Acredito que a educação e a mídia, associadas as redes sociais que espalham informações que poderiam ser ignoradas, também tem um papel fundamental em informar e fomentar a tolerância, valorizando a diversidade de expressões da forma de ser das pessoas. As leis de proteção às minorias, bem como punições contra atos de discriminação e violência também devem ser utilizadas quando necessárias.

A importância de combater a intolerância de todas as formas é a possibilidade de construirmos e vivermos em uma sociedade realmente livre e democrática. A maior riqueza não é a monetária, mas sim a humana. A diversidade deve ser comemorada, pois ela é preciosa, traz amadurecimento e enriquecimento para todas(os) nós!

Autores

Salete Monteiro Amador

Psicóloga formada pela PUC/SP, Pós graduada em Saúde Coletiva pela FUNDAP. É Terapeuta e Supervisora de Terapia Comunitária. Editora do Site Ser Melhor e Assessora Técnica em Saúde Pública.

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Daniel Pereira

Formado em Física / Astrofísica pela Universidade de São Paulo. Fez cursos nas faculdades de Filosofia, Geologia e Matemática na Universidade de São Paulo. Fez cursos na área de artes plásticas e história da arte no Centro Cultural São Paulo. Também frequentou o curso de Introdução a Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae. Atua na área de tecnologia e web desenvolvendo soluções voltadas para várias áreas do conhecimento, incluindo pesquisa com redes sociais. Atualmente atua para um grande portal de notícias.

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