Não sei se nos outros países é assim, mas no Brasil algumas minorias são sempre muito valorizadas
Se observarmos em termos de população, temos mais negros e pardos que brancos, no entanto basta ligarmos a TV e observarmos a quantidade ínfima de negros e pardos presentes nos programas.
Se avaliarmos a língua, a quantidade de pessoas que têm acesso à norma culta e que realmente a utilizam, talvez fiquemos restritos aos Imortais da Academia Brasileira de Letras e olhe lá! No entanto, é essa língua que temos obrigação de saber para conseguir uma vaga nos tão almejados cargos públicos ou cursos universitários.
Olhando para o quesito corpo, vemos que este prestígio a algumas minorias é ainda mais gritante. Enquanto a maioria da população feminina usa manequim maior do que os tamanhos 38, 40, as passarelas trazem (com grande louvor) as modelos de calças 34, 36
Paradoxalmente, algumas minorias tão importantes que merecem especial atenção são deixadas de lado Como os portadores de necessidades especiais que, no caso dos cadeirantes, ficam restritos ao acesso em inúmeros lugares. E os deficientes visuais que não podem saber nem quando um programa da mais poderosa emissora nacional é adequado ou não à idade de seu filho. Ou ninguém reparou que no início dos programas aparece uma barra colorida, a mensagem escrita indicando a idade adequada, uma intérprete comunicando em Libras Linguagem Brasileira de Sinais a mesma informação, cometendo até um pleonasmo já que o deficiente auditivo já leu a mensagem que está sendo sinalizada, e nenhum sinal sonoro!! Isso revela o despreparo do país para selecionar e tratar as minorias que realmente merecem prestígio.
O grande desafio é decidir, com base em uma análise mais profunda e criteriosa, quais são as minorias que, definitivamente, merecem ser mais valorizadas.