Quando se fala no regime nazista o comum é lembrar do extermínio de povos e etnias, táticas de guerra e as grandes batalhas além da abordagem pessoal de Hitler e seus comparsas.
Porém um ponto de vista pouco abordado tem a ver com a estética do regime, também ligada com sua propaganda. O nazismo foi extremamente performático (assim como grande parte dos regimes fascistas) e baseado em um ideal de perfeição que retomava a era clássica, em particular a civilização grega.
Toda essa "cultura" estética brutal nazista por trás dos assassinos é mostrada de forma avassaladora no documentário "Arquitetura da destruição" de Peter Cohen (1981).
A busca por uma suposta "perfeição" baseada nas insanidades de seus líderes (a eugenia foi uma das molas do regime), aliada a necessidade de uma propaganda forte e avassaladora justificou, entre outras coisas, o assassinato em massa de internos de casas psiquiátricas, pessoas consideradas inferiores e até mesmo soldados alemães incapacitados pela guerra.
A suposta "decadência" da sociedade alemã foi abordada em exposições como por exemplo a da chamada "arte degenerada" onde obras de artistas modernistas eram exibidas e relacionadas com transtornos mentais. No Brasil tivemos inclusive alguns casos de perseguição a arte por esta suposta degenerescência que corrompe, utilizada como propaganda política.
Além da deturpação e da falsidade o regime também impulsionou monumentais obras arquitetônicas e investiu em uma arte própria nazista, baseada na "beleza" das formas humanas e nas cenas heroicas, em que o próprio Hitler investia.
O documentário "Arquitetura da destruição" é mais um aviso sobre o perigo que corremos, em qualquer época, ao deixar que o discurso de ódio e a eliminação do diferente seja livremente espalhado ao invés de ser duramente combatido.
Para finalizar nunca é demais lembrar que o nazismo foi um regime de extrema direita.